Êdi Newton dirige a turma: um doce tirano seis horas por dia.
O show empolga pelo fascínio que a platéia sente em ver seus pequenos ídolos, em terceira dimensão, ao vivo e em cores. Tambem apaixonados, os pais não se furtam a desembolsar um dinheiro a mais para seus pequenos - e assim chapéus, bandeirinhas de papel e botões da Turma do Balão Mágico saem aos milhares, ao preço de mil cruzeiros cada. "Hoje, qualquer coisa que faça alguma referência à turma tem público garantido", diz Paulo Ricardo, feliz proprietário da Global Empreendimentos Artísticos, que empresa os shows do grupo, conta com dez funcionários fixos e um faturamento sobre o qual ele faz segredo. O suficiente, em todo caso, para lhe render bom lucro depois de pagar o cachê fixo de 1,5 milhão de cruzeiros por show a cada integrante da turma, mais as passagens e despesas do hotel não só para as estrelas como também para os seus acompanhantes.
Hora do lanche: Jairzinho aguarda nos bastidores, os técnicos trocam de turno.
"Quando o Oto Pescini, que interpretava o Fofão (um cachorro extra-terrestre), se afastou do programa, a Simony sentiu demais", lembra Maricleusa mãe de Simony. "Por motivos comerciais que ela não entende, o Fofão deixou de gravar o programa e Simony ficou doente." Por isso, quando acha que estão puxando demais sua menina, Maricleusa não hesita em interferir e discutir com a produção e a direção do programa. "Muita gente me diz, 'VocÊ é louca, com isso aí sua filha vai ficar milhionária'", conta. " Mas eu respondo que isso não me interessa. nâo é massacrada que ela vai ter futuro." Filha e neta de artistas de circo - seu pai, dono do Circo Teatro América, tem a lona guardada até hoje -, Maricleusa não tem medo de, como ela diz, "perder tudo". "Eu sempre trabalhei e criei a Simony", orgulha-se. Morando em São Paulo em um dos três apartamentos de propriedade de sua estrelinha (que possui ainda um sobrado, também em São Paulo), Maricleusa vive com os pais e o marido, Jorge, dono de uma panificadora. Feliz, apesar de ser obrigada a mudar o número do telefone periodicamente, para fugir dos trotes e ameaças. E acha muito natural o sucesso que a filha tem agora.
Nascida no meio artístico (grávida, Maricleusa tocava contrabaixo acústico em festas e bailes do interior), Simony Benelli Galaço canta desde que se conhece por gente. Primeiro entrou para shows de circo da família; logo passou a integrar o programa de Dárcio Campos, na TV Bandeirantes (em 1981); depois passou pelo palco do Programa Raul Gil, na TVS - até ser chamada pela CBS e, quando o primeiro LP atingiu o Disco de Ouro (100 mil cópias vendidas), pela Globo, Simony conta o que faz com o 1,4 milhão de cruzeiros mensais que ganha na TV: "Eu compro brinquedo, presentes pro meu irmão Leandro (1 ano e 7 meses), e pra minha mãe compro bala...". Quando não passeia pelo conto de fadas da vida artística ela é, portanto, uma menina como qualquer outra.
Simony e a mãe, Maricleusa, na saída da escola: vida real.
Estudante da 2ª série do Colégio Rio Branco, Simony consegue sair pelo portão junto com os colegas - e não mais nos braços de um segurança que a protegia, tempos atrás, do assédio dos fãs escolares. Seu sonho atual é ter uma chácara, que logo mais será providenciada. Tem um buggy, igual ao que seus companheiros de Turma do Balão Mágico ganham da produção do programa no último Natal. E, para o futuro, faz planos mais chegados à vida real: "Eu quero ser médica de tirar nenê pra nascer".
Mas por enquanto Simony segue como a fada-madrinha de milhares de fãs, de todas as idades, que invariavelmente lhe pedem autógrafo - são tantos que já mandou fazer cartõezinhos com retrato e dedicatória: "Com uma beijo carinhoso da Simony".
Mas ela também tem ídolos. Apesar de dividir solos da faixa É Tão Lindo, do novo disco, com Roberto, ele não é o primeiro - antes vem Fábio Jr., uma constante em seus botões coloridos, retratos no quartinho e discos na vitrola. "Eu adoro ele", confessa. Sabendo disso, no seu aniversário, 1º de julho, a Globo fez uma surpresa: colocou o cantor por trás do cenário e depois registrou um choro a quatro olhos. "Simony é uma menina especial, tem um espírito iluminado, é uma gracinha", diz Fábio, pai de uma menina de 2 anos, Cleo, de seu casamento com Glória Pires.
Nenhum comentário:
Postar um comentário