A turma do Balão são na verdade cinco crianças - Simony, 8 anos, Tob, 13, Mike, 10, Jairzinho, 9, e Luciana, 5, mas o time raramente está completo. No programa diário da Rede Globo (das 10h30m às 12h), gravado em São Paulo, Mike quase nunca aparece, pois mora no Rio.
O trio original: sucesso imediato
No disco, é Luciana quem falta. E Jairzinho não viaja com seus quatro companheiros para shows pelo Brasil. O que é que essa turminha tem que muitos astros marmanhos não têm? Tomas Muñoz, 50 anos, o presidente da CBS no Brasil, garante: "A criança, hoje, começa a ver televisão muito cedo e, lá pelos 6, 7 anos, já pede para o pai comprar o que ela vê anunciado. Quando gente tão jovem está consumindo, é natural que a indústria fonográfica faça um produto para esse mercado".
Viagens pelo interior: lotação garantida em estádios e ginásios.
Chapéu, botão e bandeirinha: tudo pela turma.
Mas mesmo dentro dessa perspectiva, a Turma do Balão Mágico faz discos bem diferentes dos outros que são dirigidos ao público infantil. A gravadora Ariola, por exemplo, lançou LPs de Vinícius de Moraes tentando captar o universo infantil Mas Muñoz é cético. "A mensagem culta de um disco como A Arca de Noé, por exemplo é digna de elogios, mas fica longe da sensibilidade das crianças", opina. "Nós simplesmente tentamos refletir o que as crianças podem captar com facilidade, com letras que tratam de seus problemas." Para quem acha o repertório da Turma do Balão Mágico bobo demais, excessivamente calcado em versões, Edgar Barbosa Poças (ator de comerciais, compositor de jingles e outor da versões) esclarece: "Quando fui chamado para montar o primeiro LP da turma, fiz uma pesquisa e gravei 52 músicas nacionais, de Villa-Lobos a folclore. Mas só consegui incluir quatro no disco - e, poxa, já foi uma vitória".
Edgar incluiu Cowboy do Amor, de Wilson Batista, Meu Trolinho, de Ari Barroso, PR-Você, de Hervê Cordovil, e Tem Gato na Tuba, de João de Barro. Foi uma briga, para ele, conseguir essa seleção em meio à montoeira de fitas mexicanas, espanholas e caribenhas que a CBS normalmente lhe impõe. Mesmo assim, Edgar consegue driblar o "esquemão" acompanhando a própria evolução das crianças da turma. "No primeiro disco, era mais uma coisa 'do patinho'; no segundo, as letras falam mais da escola; neste, as versões têm mais malícia, namoro, outra relação." Isso, ao lado de Palha e Aço, que os brasileiríssimos Moraes Moreira e Béu Machado fizeram exclusivamente para o disco.
O público, fiel, prestigia os heróis dessa aventura. Compra o disco e, além de assistir ao programa matinal da TV Globo, garantindo uma média de audiência de 30% em todo o Brasil, lota os shows da Turma do Balão Mágico pelo interior. São sempre apresentações em ginásios ou estádios de futebol (afinal, criança leva acompanhante), comandadas pelo empresário Paulo Ricardo, 36 anos - outro bruxo esperto, que há um ano substituiu Mônica Neves, sobrinha do presidenciável oposicionista Tancredo Neves, na assistência empresarial ao pessoal do Balão. Os ingressos custam em torno de 4 mil cruzeiros e a produção não é das mais exigentes - um palco de armação de ferro com um tablado simples e música de fita, com playback. Há brincadeiras e piadas dos figurantes Dilim, Pé de Bode e Bolinha, Palhacinha, Galinha Magricela e Minhocão (integrantes de uma trupe que soma 35 pessoas em cada viagem.
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