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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

VAMOS FALAR DE FOFÃO


Lembrar de Fofão é como recordar um dos personagens mais queridos do público infantil da década de 80. Definitivamente quem foi criança nessa época tem recordações nostálgicas do boneco, que ficou conhecido no programa “Balão Mágico”, junto com Simony, Tob, Mike e Jairzinho.
Mas onde está esta figura tão marcante da infância de tantos jovens? 


Fofão foi mais uma das criações do ator Orival Pessini, que contou como foi a invenção do personagem: “O Fofão foi uma criação atendendo a um pedido. No final de 1982, o Boni [diretor da Rede Globo] pediu para eu criar um personagem infantil. Eu tinha total liberdade, o que eu criasse iria pro ar. Era uma tremenda responsabilidade e pensei em várias possibilidades: palhaço, urso, cachorro, extraterrestre, porquinho. Na dúvida, misturei tudo isso e nasceu o Fofão”.
Além de ter sido o único trabalho de Pessini para o público infantil, o personagem é também o mais marcante da carreira do ator que ainda revelou o que o boneco simboliza em sua vida. “O Fofão representa uma alegria muito grande, pois além das crianças, atingiu o público adulto mesmo com seu humor ingênuo.”




Idolatrado pelas crianças dos anos 1980, o intérprete disse ter certeza que Fofão conquistaria as crianças de hoje também: “Tenho exemplos nas apresentações que faço vez ou outra em várias partes do Brasil. Normalmente, elas ficam fascinadas com o personagem. Afinal, crianças são sempre crianças. Nós é que botamos informações na memória delas, não é verdade?”.

O bochechudo mais querido do Brasil ficou tão famoso que chegou a virar um boneco, que foi sucesso de vendas. Porém na época surgiu um boato de que a miniatura carregava um punhal dentro, o que acabou depreciando a imagem do brinquedo. Pessini contou como se sentiu em relação a esse fato.

“Criaram essa bobagem sem pensar no prejuízo que poderiam provocar na cabecinha de muitas crianças, só por isso fiquei chateado. Na verdade, era simplesmente uma haste de plástico para manter a cabeça do boneco sempre ereta”, contou o ator, que ainda afirmou: “O bem sempre é maior”.
Pessini sempre trabalhou atrás de máscaras, criadas por ele mesmo. Na peça “Eles Sou Eu”, ele interpreta diversos personagens mascarados como Patropi, hippie que ficou conhecido nos humorísticos “Escolinha do Professor Raimundo” e “A Praça é Nossa”; Ranulpho Pereira, sexólogo aposentado que fazia parte do programa “Uma Escolinha Muito Louca”; Juvenal, locutor fanho que usava o bordão “numa velocidade!”; entre outros.


Quanto a preferência por algum dos personagens, o ator desabafou: “Encerrei essa discussão comigo mesmo e para não haver ciúmes entre eles, prefiro sempre aquele que estou interpretando no momento”.



Mas porque esse ator tão talentoso nunca quis colocar o próprio rosto na televisão? Segundo ele, não é uma questão de querer, mas seu trabalho sempre se desenvolveu a partir das máscaras: “Eu mesmo que crio os personagens, faço as máscaras, redijo os textos e interpreto. Enfim, eu sou o culpado, mas acho que o personagem sempre é mais importante do que o ator, por isso, acho legal que os personagens tenham a fama”.


Atualmente, o espetáculo em que o humorista se apresenta é o "Patropi e Cia", onde dá vida a cinco personagens durante uma hora de show, sem sair do palco. O ator, de 66 anos, define esse trabalho como “um espetáculo dinâmico e, principalmente, com muito bom humor”.
Pessini  está na  “Escolinha do Gugu”, onde atua como o Patropi.
“Artista é como arquiteto, tem sempre dois ou três projetos na gaveta”, declarou.



Encontro com Simony no Programa Eliana



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